quarta-feira, 11 de abril de 2012

Tempo de Angustia.

O Tempo de Angústia

O Livro de Daniel e as Profecias de Deus (Parte X)

I – INTRODUÇÃO

As histórias e as profecias relatadas no livro de Daniel servem de inspiração para nos man­termos vitoriosos face à tentação. O cumprimento dos muitos acontecimentos profetizados em seus últimos capítulos dá-nos a certeza da contínua presença de Deus. Através as profecias cheias de sa­bedoria e precisão é que a humanidade está sendo desafiada a crer no infinito poder do nosso Deus Criador. O cenário do capítulo 10 de Daniel transcorreu por volta do ano 535 a.C., no terceiro ano do reinado de Ciro. Os setenta anos já haviam decorrido desde que Daniel fora compelido a acom­panhar os exércitos de Nabucodonosor, em sua marcha de Jerusalém para Babilônia. Deus cuidara de Daniel em todas as crises enfrentadas pelo profeta. Havia respondido às suas orações e mantive­ra-o em boas condições físicas, apesar de seus 88 anos de idade. A primeira ordem do rei Ciro para reconstrução de Jerusalém, havia sofrido uma renhida oposição por parte dos hostis samaritanos (Esdras 4).
Ora, ouvindo os adversários de Judá e de Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor, Deus de Israel, chegaram-se a Zorobabel eaos chefes das casas paternas, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco; pois, como vós, buscamos o vosso Deus; como tam­bém nós lhe temos sacrificado desdeos dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir para aqui. Responderam-lhes, porém, Zorobabel e Jesuá e os outros chefes das casas paternas de Israel: Nãoconvém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sozinhos a edificaremos ao Se­nhor, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia. Então opovo da terra debilitava as mãos do povo de Judá, e os inquietava, impedindo-os de edificar; e assalariaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano,por todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até o reinado de Dario, rei da Pérsia. No reinado de Assuero, no princípio do seu reino, escreveram uma acusação contra oshabitantes de Judá e de Jerusalém. Também nos dias de Artaxerxes escreveram Bislão, Mitredate, Tabeel, e os companheiros destes, a Artaxerxes, rei da Pérsia; e acarta foi escrita em caracteres aramaicos, e traduzida na língua aramaica. Reum, o comandante, e Sinsai, o escrivão, escreveram uma carta contra Jerusalém, ao reiArtaxerxes, do teor seguinte, isto é, escreveram Reum, o comandante, Sinsai, o escrivão, e os seus companheiros, os juízes, os governadores, os ofi­ciais, os persas, oshomens de Ereque, os babilônios, os susanquitas, isto é, os elamitas, e as de­mais nações que o grande e afamado Osnapar transportou, e que fez habitar na cidade deSamária e no restante da província dalém do Rio. Eis, pois, a cópia da carta que mandaram ao rei Artaxer­xes: Teus servos, os homens de além do Rio, assimescrevem: Saiba o rei que os judeus que subiram de ti a nós foram a Jerusalém e estão reedificando aquela rebelde e malvada cidade, e vão restau­rando os seusmuros e reparando os seus fundamentos. Agora saiba o rei que, se aquela cidade for reedificada e os muros forem restaurados, eles não pagarão nem tributo, nemimposto, nem pedá­gio; e assim se danificará a fazenda dos reis. Agora, visto que comemos do sal do palácio, e não nos convém ver a desonra do rei, por issomandamos dar aviso ao rei, para que se busque no livro das crônicas de teus pais; e acharás no livro das crônicas e saberás que aquela é uma cidade re­belde, edanosa a reis e províncias, e que nela houve rebelião em tempos antigos; por isso é que ela foi destruída. Nós, pois, estamos avisando ao rei que, se aquela cidadefor reedificada e os seus muros forem restaurados, não terás porção alguma a oeste do Rio. Então o rei enviou esta resposta a Reum, o comandante, e a Sinsai, oescrivão, e aos demais seus companheiros, que habitavam em Samária e no restante do país a oeste do Rio: Paz. A carta que nos enviastes foi claramente lida naminha presença. E, ordenando-o eu, buscaram e acharam que desde tempos antigos aquela cidade se tem levantado contra os reis, e que nela se tem feito rebelião esedição. E tem havido reis pode­rosos sobre Jerusalém, os quais dominavam igualmente toda a província dalém do Rio; e a eles se pagavam tributos, impostos epedágio. Agora, pois, dai ordem para que aqueles homens parem, a fim de que não seja edificada aquela cidade até que eu  ordem. E guardai-vos de serdesremissos nisto; não suceda que o dano cresça em prejuízo dos reis. Então, logo que a cópia da carta do rei Artaxerxes foi lida perante Reum e Sinsai, o escrivão, eseus companheiros, foram eles apressada­mente a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força e com violência. Então cessou a obra da casa de Deus, que estava emJerusalém, ficando interrompida até o segundo ano do reinado de Da­rio, rei da Pérsia.

Ao invés de queixar-se, Daniel orou e jejuou por três semanas (Daniel 10:2).
Naqueles dias eu, Daniel, estava pranteando por três semanas inteiras.

As suas orações novamente foram atendidas, da mesma forma como foram respondidas as suas petições em Daniel 2 (revelação do sonho ao rei Nabucodonosor);Daniel 6 (o livramento da cova dos leões); Daniel 9 (entendimento sobre a visão das 70 semanas). Daniel é informado pelo anjo que, Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar na libertação do povo de Deus.

O cenário do capítulo 11 de Daniel traz-nos mais informações sobre o fim dos impérios da Medo-Persa e Grécia. A divisão da Grécia em quatro reinos menores é novamente enfatizada por Deus (Daniel 11:4)
Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; porém não para os seus descendentes, nem tampouco segundo opoder com que reinou; porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles.
quase trezentos anos antes que os fatos aconteceram. Em seguida Daniel narra o conflito entre os reinos situados ao norte e ao sul de Jerusalém, respectivamente os selêucidas e os ptolomeus, com todos os seus desdobramentos até o tempo do fim dessas duas dinastias de origem grega.

Finalmente o capítulo 12 do livro de Daniel merece a nossa especial atenção, pois encerra grandiosas promessas para o povo escolhido de Deus. Por meio deste estudo abre-se o caminho para uma nova compreensão do amor e do cuidado de Deus.

II – UM TEMPO DE ANGÚSTIA QUAL NUNCA HOUVE

Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação atéàquele tempo, mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro.” Daniel 12:1.

Eventos importantes são descritos em Daniel 12:1, os quais se desenrolarão nos momentos finais que antecedem a segunda vinda de nosso Senhor Jesus Cristo:

a) Levantar-se-á o arcanjo Miguel, o grande príncipe, para agir a favor do povo de Israel;

b) Haverá um tempo de angústia qual nunca houve desde que existiu nação até aquele tempo;

c) Livrar-se-á o povo de Deus, todo aquele que for achado escrito no livro da vida.

O tempo de angústia a que se refere o profeta Daniel envolverá principalmente a nação de Israel depois de seu renascimento. Esse tempo é denominado pelo profeta Jeremias como “angústia de Jacó” (Jeremias 30:7).
É justificável esta angústia, pois a atual cidade de Jerusalém estará sendo vítima do cerco por parte dos exércitos inimigos, previsto em Joel 3:2
Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elasespalharam por entre as nações; repartiram a minha terra.
Apocalipse 16:16:
Porque derramaram o sangue de santos e de profetas, e tu lhes tens dado sangue a beber; eles o merecem.
cujos textos tratam sobre o Armagedom. Os efeitos devastadores da batalha do Armagedom atingi­rão diretamente a todas as nações do mundo, pelo fato de elas estarem interligadas através o proces­so da globalização. Inevitavelmente se instalará em âmbito mundial o caos em todos os setores da sociedade e toda a estrutura montada pelo homem sucumbirá.

A grande angústia se instalará em virtude dos preparativos para a batalha do Armagedom e dos sinais cada vez mais intensos e destrutivos que anunciarão o breve retorno do Messias. Ela ocorrerá momentos antes da segunda vinda de nosso Senhor Jesus, pelos seguintes motivos.

a) Este evento cumprir-se-á depois do período negro da história, quando houve o domínio da igreja de Roma pelo período de 1260 anos (538 a 1798 d.C.), isto porque, segundo algumas traduções de Daniel 12:7, elas dizem que “depois de um tempo, e dois tempos, e metade de um tempo, todas estas coisas serão cumpridas”.

Para compreensão desta profecia, a matemática divina é a seguinte:
- um tempo equivale a um ano ou 360 dias proféticos;
- dois tempos equivalem a dois anos ou 720 dias proféticos;
- metade de um tempo equivale a meio ano ou 180 dias proféticos.
Os três anos e meio (360 + 720 + 180) totalizam 1260 dias proféticos. Considerando que cada dia corresponde a um ano literal (Números 14:34);
Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, a saber, quarenta dias, levareis sobre vós as vossas iniquidades por quarenta anos, um ano por um dia, econhecereis a minha oposição.
(Ezequiel 4:6),
E quando tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado direito, e levarás a iniquidade da casa de Judá; quarenta dias te dei, cada dia por um ano.
o resultado é 1260 anos.
É interessante que o mesmo período profético é mencionado em outras passagens bíblicas, tais como Daniel 7:25;
Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos lhe serão entregues na mão por um tempo,e tempos, e metade de um tem­po.
Apocalipse 12:6
E a mulher fugiu para o deserto, onde  tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.
Apocalipse 13:5.
Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para atuar por quarenta e dois meses.

b) Outro detalhe importante é que, terminado o período dos 1260 anos de perseguição aos santos, em 1798, quando ocorreu a prisão do mandatário da igreja de Roma, haveria um período de espera (Daniel 12:12),
Bem-aventurado é o que espera e chega aos mil trezentos e trinta e cinco dias.

Um período de liberdade para ler e estudar o Livro Sagrado. Neste contexto o livro de Daniel foi descerrado (Daniel 12:4, 9 e 10).
Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará. Ele respondeu: Vai-te,Daniel, porque estas palavras estão cerradas e seladas até o tempo do fim. Muitos se purificarão, e se embranquecerão, e serão acrisolados; mas os ímpiosprocederão impiamente; e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão.

Isto significa que as suas profecias passariam a ser compreendidas. Após esse período, os servos de Deus teriam um conhecimento especial das Escrituras Sagradas, em cumprimento das palavras proféticas registradas em Apocalipse 10:11:
Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.” 
c) Depois de narrar que haveria um “tempo de angústia qual nunca houve”, o profeta Daniel fala da ressurreição:
Muitos dos que dormem no  da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno.” Daniel 12:2.

Esta ressurreição está associada à segunda vinda de Jesus (I Tessalonicenses 4:16).
Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 

III – A INTERPRETAÇÃO DOS ANOS PROFÉTICOS DE DANIEL 12:11 E 12

Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias. Bem aventurado o que espera echega até mil trezentos e trinta e cinco dias.” Daniel 12:11 e 12.
Neste texto existem duas profecias de tempo: 1290 e 1335 dias ou anos proféticos. O ponto de partida para se calcular esses dois períodos de tempo teria que estar relacionado ao povo de Isra­el, pois o texto faz referência a dois assuntos diretamente relacionados a esse povo: “sacrifício diá­rio” e “abominação desoladora” (Daniel12:11).
E desde o tempo em que o holocausto contínuo for tirado, e estabelecida a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias. 

A profecia requer que, depois do tempo em que o “sacrifício diário” for tirado, seja iniciada a contagem dos dois períodos. Esta data inicial deve também estar associada às primeiras investidas para o estabelecimento da “abominação desoladora”. De acordo com a história, a única data que reúne esses requisitos é: 632 d.C. Com a morte de Maomé em 632 d.C. e o estabelecimento do cali­fado islâmico, a história registra o início das investidas do povo árabe contra Jerusalém. A invasão islâmica em Jerusalém, pela força das armas, foi um ato considerado no livro de Daniel e pelos ju­deus como “abominação desoladora”. É que anos mais tarde, no mesmo espaço onde existia o tem­plo de Salomão, foi construída a mesquita muçulmana de Omar, marco de identificação da fé islâ­mica. Portanto, a data de 632 d.C. é a base de cálculo para a contagem dos dois períodos proféticos:

a) Primeiro período profético: 632 + 1290 = 1922.
Em 24 de julho de 1922 foi formalizada pela Liga das Nações (antecessora da ONU) a Declaração Balfour, promulgada pela Grã-Bretanha, que recomendava o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina – Terra de Israel.

b) Segundo período profético: 632 + 1335 = 1967.
Em junho de 1967 o mundo assistiu a “Guerra dos Seis Dias”, ocasião em que a cidade de Jerusalém voltou a ser do povo de Israel desde sua destruição no ano 70 d.C.

De acordo com as profecias registradas no livro de Daniel, Jerusalém sofreria três ataques por parte dos seus inimigos:

1) Nos anos 168 a 165 a.C. Jerusalém foi assolada e o Santuário terrestre profanado pelas tropas de Antíoco Epifanes IV (Daniel 8:13);
Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a vi­são relativamente ao holocausto contínuo e à transgressãoassoladora, e à entrega do santuário e do exército, para serem pisados?.

2) No ano 70 d.C. Jerusalém foi tomada e o Templo destruído pelas tropas romanas comandadas por Tito (Daniel 9:26).
E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que  de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fimserá com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações.

O Senhor Jesus em Mateus 24:15 deu o alerta aos Seus discípulos a respeito da iminência do cumprimento deste evento;
Quando, pois, virdes estar no lugar santo a abominação de desolação, predita pelo profeta Daniel (quem lê, entenda).

3) No ano 632 d.C., com o estabelecimento do califado islâmico, os sucessores de Maomé iniciaram seus ataques à Palestina (Daniel 12:11).
E desde o tempo em que o holocausto contínuo for tirado, e estabelecida a abominação desolado­ra, haverá mil duzentos e noventa dias. 

IV - CONCLUSÃO

O profeta Daniel se destacou pela sua piedosa sabedoria e justiça. Ele é comparado, segundo as próprias palavras de Deus, com Noé e Jó (Ezequiel 14:14, 20).
Ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua justiça, li­vrariam apenas a sua própria vida, diz o Senhor Deus. ainda que Noé,Daniel e  estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Deus, eles não livrariam nem filho nem filha, tão somente livrari­am as suas próprias vidas pela suajustiça. 

O livro de Daniel se encerra com uma promessa pessoal ao idoso profeta:
Tu, porém, ...descansarás, e ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança.” Daniel 12:13.
Ao profeta Daniel foi assegurado um lugar entre os santos que viriam a compor o novo Reino de Deus.

Esta promessa pertence também a todos os que branquearam as suas vestes no sangue do Cordeiro (Apocalipse 22:14);
Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes [no sangue do Cordeiro] para que tenham direito à arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas.
(Daniel 12:10).
Muitos se purificarão, e se embranquecerão, e serão acrisolados; mas os ímpios procederão impiamente; e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão.

Pertence também àqueles que compreenderão o sentido prático do livro de Daniel, pois estes resplandecerão como o fulgor do firmamento; ... como as estrelas,sempre e eternamente. Daniel 12:3.

Estudo da Igreja de Deus 7º dia de Blumenau-SC