terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os Sete Selos do Apocalipse



Profecias do Apocalipse 



I – INTRODUÇÃO
O capítulo seis do Livro do Apocalipse é uma continuação da visão que o profeta João teve a respeito do livro selado
com sete selos, apresentado a ele no capítulo anterior. O livro foi visto nas mãos do Deus Todo Poderoso e foi em
seguida entregue a uma única pessoa achada digna em todo o universo de abri-lo e remover os seus sete selos. Esta
pessoa é identificada como sendo o “Cordeiro que foi morto”, “Leão da Tribo de Judá”, “Raiz de Davi” (Apocalipse 5:5 e
6), símbolos representativos de nosso amado Salvador, Jesus Cristo. Toda a criatura, na vastidão universal sem fim,
prorrompeu uníssona as merecidas ações de graças, honra, glória e poder ao Deus Todo Poderoso que estava
assentado no trono e ao Seu Filho, o único digno de abrir o livro e revelar o seu conteúdo (Apocalipse 5:13 e 14).
Ao serem abertos os sete selos, cenas fascinantes passaram a ser descritas numa seqüência profética e cheia de
simbolismos, num estilo de cenas vivas e animadas, relacionadas à ascensão, transformação e decadência do Império
Romano e suas horrendas perseguições ao povo remanescente de Deus. Os sete selos revelam detalhes a respeito
do período histórico daquele poder representado simbolicamente pela primeira besta que subiu do mar, conforme
Apocalipse 13.
II – A ABERTURA DOS SETE SELOS
PRIMEIRO SELO – CAVALO BRANCO
“E vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres viventes dizer numa voz como de trovão:
Vem! Olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vencendo, e para vencer.” Apocalipse 6:1 e 2.
Nos dias da inspiração do Apocalipse, o cavalo era um emblema da força, combinada com sua rapidez. A cor branca
do cavalo, neste caso, não representa pureza, mas paz.. Alguns sinceros cristãos cometem um sério equívoco de
interpretação quando associam o cavalo e o cavaleiro de Apocalipse 6:2 com Apocalipse 19:11-16. Defendem eles
que, por ser branco o cavalo, o cavaleiro necessariamente deve ser entendido como sendo o Senhor Jesus Cristo. É
muito estranha tal conclusão, pois o texto sob análise não apresenta traços fisionômicos que identificam o cavaleiro e
nem a cor da roupa dele. Apenas cita que ele tinha um arco e foi-lhe dada uma coroa. Este cavaleiro não poderia ser o
nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ele não participaria de nenhum grupo de cavaleiros portadores de maus presságios.
Esse conjunto formado pelo cavalo branco, arco e coroa são símbolos de vitória. Demonstra simbolicamente os áureos
tempos do Império Romano, que se sustentou pela força de seu poder. Todas as nações que estavam sob o seu
domínio tinham que obedecer e todos os habitantes viviam sob as suas regras e autoridade.
O Império Romano assumiu a sua posição de liderança mundial a partir de 168 a.C., mas seu período conhecido como
“idade de ouro” teve início no final do primeiro século depois de Cristo. Foi entre os anos 96 a 180 d.C. que Roma
atingiu o seu auge, desfrutando relativa paz e prosperidade política, militar e econômica. A respeito deste período, a
história registra o seguinte:
“Durante perto de um século a ordem reina no mundo romano; a paz é assegurada nas fronteiras; o Império conhece a
idade de ouro da sua prosperidade.” Universo e Humanidade, p. 147.
Neste período governaram os chamados “cinco bons imperadores”, sendo Nerva (96 a 98), Trajano (98 a 117), Adriano
(117 a 138), Antonino Pio (138 a 161) e Marco Aurélio (161 a 180).
No entanto, a exemplo de Babilônia, o Império Romano haveria de sucumbir, não somente por causa da sua soberba e
opulência, mas também por seu ódio e inimizade contra Deus. Com a abertura dos próximos selos, inicia-se a
decadência desse poderoso Império.
SEGUNDO SELO – CAVALO VERMELHO
“Quando ele abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizer: Vem! E saiu outro cavalo, um cavalo vermelho; e
ao que estava montado nele foi dado que tirasse a paz da terra, de modo que os homens se matassem uns aos outros,
e foi-lhe dada uma grande espada.” Apocalipse 6:3 e 4.
O segundo selo, em contraste com o primeiro, apresenta um Cavalo Vermelho, cuja cor revela guerra ou discórdia. Ao
cavaleiro que estava montado nele “foi dado que tirasse a paz da terra”, aquela paz que havia nos áureos tempos do
Império Romano, simbolizada pelo Cavalo Branco. A cor vermelha na profecia tem o significado de derramamento de
sangue: Isaías 63:1-6. O seu cavaleiro possuía uma grande espada. Espada indica matança: Isaías 34:5 e 6; 66:16;
Jeremias 25:31; 50:35-37; Ezequiel 21:28.
Com a chegada da dinastia dos “Severos” ao poder imperial a partir de 193 d.C., teve início um período de turbulência,
que chegou ao auge em 235 d.C.. A dinastia dos “Severos” foi constituída por imperadores, entre os quais quatro se
destacaram: Sétimo Severo (193 a 211 d.C.), Caracala (211 a 217 d.C.), Heliogábalo (218 a 222 d.C.) e Alexandre
Severo (222 a 235 d.C.). A partir de 235 d.C. começou a mais profunda crise do Império Romano, da qual ele saiu
completamente transformado cinqüenta anos depois. Nesse conturbado período conhecido como “anarquia militar”, de
235 a 285 d.C., Roma conheceu uma rápida sucessão de mais de vinte imperadores, dos quais apenas um morreu de
morte natural. Em constantes motins, o exército romano estava dividido em facções rivais, que proclamavam os
imperadores com a mesma facilidade com que os assassinavam. Assim, pois, a expressão bíblica “de modo que os
homens se matassem uns aos outros” nos confirma a exatidão da profecia.
TERCEIRO SELO – CAVALO PRETO
“Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizer: Vem! E olhei, e eis um cavalo preto; e o que estava
montado nele tinha uma balança na mão. E ouvi como que uma voz no meio dos quatro seres viventes, que dizia: Um
queniz de trigo por um denário, e três quenizes de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.”
Apocalipse 6:5 e 6.
O cavalo preto e seu cavaleiro simbolizam a escassez, carestia e fome. Na verdade são conseqüências da guerra civil.
A fome e a escassez são representadas na Palavra de Deus pela cor preta, conforme Lamentações 4:1-9. Os
alimentos vendidos a peso, trazem o mesmo significado: Levítico 26:26 e Ezequiel 4:16 e 17. A balança na mão do
cavaleiro é uma clara referência ao comércio.
Nas versões revisadas de João Ferreira de Almeida encontramos o seguinte comentário de rodapé sobre Apocalipse
6:6: “Um queniz, medida de cerca de um litro, por um denário, que valia um dia de trabalho, indicava grande escassez
do artigo.”
Após atravessar um período de luxo e prosperidade, o Império Romano mergulhou numa fase considerada amarga.
Devido à cobrança de altas taxas de impostos e devido à ineficiência e desonestidade dos funcionários do governo,
Roma teve que administrar sérios problemas. Este cenário fez aprofundar o distanciamento do rico em relação ao
pobre. Não conseguindo arrecadar fundos suficientes com a cobrança de impostos, o Estado passou a emitir dinheiro
e com isso ele provocou a subida dos preços dos principais produtos alimentícios, como o trigo e a cevada,
considerados básicos e essenciais. Estabeleceu-se assim a inflação, um fenômeno que fez o dinheiro valer cada vez
menos, criando enormes dificuldades principalmente às pessoas menos favorecidas.
Porém, o texto bíblico menciona que o azeite e o vinho não deveriam ser danificados. A disponibilidade destes
produtos de luxo e considerados não essenciais, seria uma indicação de que as classes média alta e rica, esteios
financeiros do Império Romano, passariam por momentos muito difíceis.
QUARTO SELO – CAVALO AMARELO
“Quando abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizer: Vem! E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que
estava montado nele chamava-se Morte; e o hades seguia com ele; e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da
terra, para matar com a espada, e com a fome, e com a peste, e com as feras da terra.” Apocalipse 6:7 e 8.
O cavaleiro que estava montado sobre o cavalo amarelo foi o único que recebeu nome. O nome dele era: “morte”. A
morte é a conseqüência imediata dos quatro juízos de Deus: espada, fome, peste e feras da terra, os quais também
aparecem registrados em Ezequiel 14:12-23:
“Filho do homem, quando uma terra pecar contra Mim, agindo traiçoeiramente, então estenderei a Minha mão contra
ela, e lhe quebrarei o báculo do pão, e enviarei contra ela a FOME, e dela exterminarei homens e animais; ...Se Eu
fizer passar pela terra BESTAS FERAS, estas assolarem, de modo que ela fique desolada, sem que ninguém possa
passar por ela por causa das feras; ...Ou se Eu trouxer a ESPADA sobre aquela terra, e disser: Espada, passa pela
terra; de modo que Eu extermine dela homens e animais; ...Ou se Eu enviar a PESTE sobre aquela terra, e derramar o
Meu furor sobre ela com sangue, para exterminar dela homens e animais; ...” Ezequiel 14:13, 15, 17 e 19.
Tais como no livro de Ezequiel, estes mesmos juízos de Deus aparecem no quarto selo, trazendo a morte sobre a
quarta parte da Terra. Eles nada mais são do que prenúncios da derrocada do Império Romano, por causa de suas
violentas ações opressivas contra o remanescente povo de Deus. As guerras, a fome, as pestes e as invasões dos
povos bárbaros foram decisivas para o enfraquecimento desse poder. As palavras proféticas tiveram seu cumprimento
já a partir do final do segundo século, quando o Império Romano foi sacudido por uma série de infortúnios e se
estendeu até a sua derrocada final. É a chamada causa e efeito.
“A guerra prolongada contra os insurretos na parte oriental e uma peste devastadora tinham exaurido o exército de
soldados e de dinheiro. Pior, ainda, várias tribos germânicas haviam se juntado para invadir as províncias ao sul do
Danúbio.” Depois de Jesus o Triunfo do Cristianismo, p. 142.
Neste período da história o Império Romano transformou-se numa ditadura militar e como conseqüência agravaram-se
as perseguições contra aqueles que não venerassem os deuses tradicionais do Estado..
QUINTO SELO
“Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e
por causa do testemunho que deram. E clamaram com grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano, santo e
verdadeiro, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um deles
compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda por um pouco de tempo, até que se completassem o
número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles o foram.” Apocalipse 6:9-11.
Com a abertura do quinto selo, os mártires pedem vingança. São os mártires que foram mortos durante as
perseguições de Roma Pagã. Mas como os mártires pediriam vingança se eles estavam mortos? Os clamores
simbólicos dos mártires são idênticos aos clamores apresentados em:
a) Gênesis 4:10 – “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão está clamando a Mim desde a terra.”
b) Hebreus 11:4 – “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho
de que era justo, dando Deus testemunho das suas oferendas, e por meio dela depois de morto, ainda fala.”
c) Habacuque 2:11 – “Pois a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento.”
d) Tiago 5:4 – “Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos
clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos.”
e) Lucas 19:40 – “Ao que Ele respondeu: Digo-vos que, se estes se calarem, as pedras clamarão.”
Os cristãos multiplicaram-se rapidamente. O próprio Império foi em parte responsável pela expansão da fé. Como o
Estado empobrecera demais para oferecer assistência aos cidadãos necessitados, principalmente aos órfãos e idosos,
os cristãos esforçaram-se a prestar-lhes auxílio, imitando na vida pessoal o amor de Jesus. A presença dos cristãos
consistia numa ameaça à hegemonia imperial romana, por recusarem prestar culto aos deuses de Roma. Esta
desobediência por parte dos cristãos era interpretada como quebra da “pax deorum” (paz dos deuses). Por isso, cada
vez que infortúnios ocorriam no Império Romano, os cristãos eram considerados culpados. Dez grandes perseguições
ocorreram, lideradas pelos Imperadores Nero, Domiciano, Trajano, Adriano, Antonino Pio, Marco Aurélio, Sétimo
Severo, Décio, Valeriano e Diocleciano, durante o período de 64 d.C até o ano 313 d.C., quando foi assinado o Édito
de Milão pelo Imperador Constantino. A perseguição comandada pelo Imperador Diocleciano foi a última e mais
sangrenta de todas as perseguições. Ela é conhecida na história como “A Grande Perseguição”.
Convém enfatizar que os mártires destas perseguições são da época do Império Romano Pagão, identificado no livro
do Apocalipse como “a besta que subiu do mar” (Apocalipse 13). Como a voz do sangue de Abel clamava a Deus
desde a terra, assim os mártires clamaram com grande voz, dizendo: “Até quando, ó verdadeiro e santo Soberano, não
julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra?” Apocalipse 6:10.
Em resposta “foi lhes dito que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número de seus
conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles foram.” Apocalipse 6:11.
De acordo com a resposta dada, pode-se entender que depois daquele período haveria outros mártires e estes seriam
do período do Sacro Império Romano (538 a 1798 d.C.), identificado no livro do Apocalipse como “a besta que subiu
da terra”. Apocalipse 13:11-18. Em ambas as fases (pagã e religiosa), o Império Romano perseguiu o remanescente
povo de Deus, fazendo um número incontável de mártires. (ver Apocalipse 13:7; 13:15; 20:4).
SEXTO SELO
“E vi quando abriu o sexto selo, e houve um grande terremoto; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua
toda tornou-se como sangue; e as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um
vento forte, deixa cair os seus figos verdes. E o céu recolheu-se como um livro que se enrola; e todos os montes e
ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os chefes militares, e os ricos, e os
poderosos, e todo escravo, e todo livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos
montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do
Cordeiro; porque é vindo o grande dia da ira deles; e quem poderá subsistir?” Apocalipse 6:12-17.
O grande terremoto que ocorreu na abertura do sexto selo revela um período de aflição, transformação e instabilidades
com a adoção do cristianismo pelo Império Romano. O impensável havia acontecido. Encarando o cristianismo de um
modo pragmático, Constantino alterou o curso da história romana, que passou a ter uma nova roupagem, marcada por
um ponto de mudança nas relações Igreja-Estado.
A cristianização de Roma feita no quarto século foi uma estratégia bem elaborada por Constantino. Ele percebeu que a
extensa rede da Igreja poderia revelar-se uma ajuda preciosa na unificação e no conseqüente domínio de tão vasto
Império.
Atualmente muitos sinceros cristãos associam os eventos do sexto selo ao terremoto de Lisboa, ocorrido em 1º. de
novembro de 1755, ao dia escuro de 1780 e à queda de estrelas em 1833. Ensinam eles que os eventos do sexto selo
culminam com a segunda vinda de Cristo a esta Terra e o sétimo selo é a manifestação da vinda de Cristo. Contudo,
essas interpretações são equivocadas pelas seguintes razões:
a) Tomando-se como base os ensinos da Palavra de Deus, ao ser aberto o sétimo selo começam a soar as sete
trombetas (Apocalipse 8:1 e 2). Considerando a grandiosidade dos eventos que representam estas trombetas, não
haveria espaço de tempo suficiente para que eles pudessem acontecer no momento da vinda de Cristo.
b) A expressão “Dia do Senhor” na Bíblia, nem sempre é aplicada para a volta de Cristo, mas pode significar também
um período de rebelião e comoção política no mundo. Como exemplo, podemos citar a tomada de Babilônia pelos
Medos, conforme descrita em Isaías, capítulo 13:
Isaías 13:6 – “Uivai, porque o dia do Senhor está perto; virá do Todo Poderoso como assolação.”
Isaías 13:10 – “Pois as estrelas do céu e as suas constelações não deixarão brilhar a sua luz; o sol se escurecerá ao
nascer, e a lua não fará resplandecer a sua luz”
Isaías 13:11 – “E visitarei sobre o mundo a sua maldade, e sobre os ímpios a sua iniqüidade; e farei cessar a
arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos cruéis.”
Isaías 13:13 – “Pelo que farei estremecer o céu, e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos
exércitos, e por causa do dia da Sua ardente ira.”
Evidentemente o profeta Isaías não se referiu à volta de Cristo, mas à queda de Babilônia. Ao examinar os versos 1 e
17 do mesmo capítulo 13 de Isaías, a constatação é clara:
“Oráculo acerca de Babilônia, que Isaías, filho de Amoz, recebeu numa visão. ...Eis que suscitarei contra eles os
medos, que não farão caso da prata, nem tampouco no ouro terão prazer.” Isaías 13:1 e 17.
Os mesmos termos utilizados no livro de Isaías para anunciar a derrocada da Babilônia antiga, são agora mencionados
em Apocalipse 6:12-17 para anunciar uma nova turbulência de grandes proporções que atingiria o Império Romano.
Não faz referência à volta de Cristo, mas às profundas transformações políticas e religiosas perpetradas pelo
Imperador Constantino, que ao mesmo tempo era sumo sacerdote das religiões pagãs do Império e devoto do “deus-
Sol Invictus”. O cristianismo paganizado implantado por ele abalou a fé cristã e ainda exerce forte influência até os dias
de hoje.
SÉTIMO SELO
“Quando abriu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu, quase por meia hora. E vi os sete anjos que estavam em pé diante
de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e
foi-lhe dado muito incenso, para que o oferecesse com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está
diante do trono. E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos. Depois o
anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a terra; e houve trovões, vozes, relâmpagos e
terremoto.” Apocalipse 8:1-5.
A abertura do sétimo selo são as sete trombetas. Houve silêncio no céu por “quase meia hora”. Meia hora em profecia
é um período de aproximadamente 7 dias. O número 7 indica perfeição e também cumprimento, isto é, Deus inicia e
termina. Entendemos ser esta uma indicação de que Deus se prepara para realizar suas ações no mundo, conduzindoo
para o cumprimento de seus intentos e decretos.
As Sagradas Escrituras revelam que ao final da abertura dos sete selos veio um Anjo da parte de Deus. Ele tomou o
incensário, encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a Terra (Apocalipse 8:5). Este ato pode ser entendido como
uma reposta de Deus às orações dos santos, preparando-os para os próximos e solenes acontecimentos sobre a face
da Terra.
III – CONCLUSÃO
A história e os fatos relacionados ao Império Romano, têm tudo a ver também com a trajetória do remanescente povo
de Deus. Esse povo sobreviveu e cresceu nesse ambiente hostil, cercado de inimigos, os quais se utilizaram do poder
político e militar para alcançar os seus mais cruéis intentos. Os pagãos perseguiam aqueles que ousavam obedecer as
Escrituras Sagradas. Apesar de todas as perseguições e mortes, o povo de Deus manteve-se puro e conservou-se fiel
à Palavra de Deus. Esse remanescente de Deus continua existindo até hoje. É um povo vitorioso. No futuro reino
milenar de Cristo, o profeta os viu em visão e a respeito deles está escrito:
“Então vi uns tronos; e aos que se assentaram sobre eles foi dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram
degolados por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem,
e não receberam o sinal na fronte nem nas mãos; e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.” Apocalipse
20:4.

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