Rapto Secreto
As surpreendentes origens da visão teológica dispensacionalista
As surpreendentes origens da visão teológica dispensacionalista
por
Gerhard Pfandl
A data é um dia
qualquer no futuro próximo. O lugar, um Boeing 747 voando sobre o Atlântico em
direção a Londres. A maioria dos passageiros está dormindo ou fazendo qualquer
outra coisa. Subitamente, quase metade deles desaparece no ar. Primeiro um,
depois outro, então os que restam gritam enquanto percebem que o assento ao seu
lado está vazio. Apenas os pertences de mão foram deixados. Os passageiros que
ficaram gritam e choram, assustados. Os pais estão freneticamente procurando os
filhos que desapareceram no meio do vôo.
Ficção científica? Não; essa é uma cena do primeiro volume de uma série intitulada Left Behind.[1] Escritos pelos autores cristãos Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, esses livros têm permanecido no topo da lista de best-sellers em Nova York. Eles estão baseados na teoria de que sete anos antes do segundo advento de Cristo, os fiéis cristãos serão trasladados, arrebatados para o Céu. Por que exatamente sete anos? Porque uma das colunas dessa teoria é que a última das setenta semanas proféticas de Daniel 9:24 ainda está no futuro.
Ficção científica? Não; essa é uma cena do primeiro volume de uma série intitulada Left Behind.[1] Escritos pelos autores cristãos Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, esses livros têm permanecido no topo da lista de best-sellers em Nova York. Eles estão baseados na teoria de que sete anos antes do segundo advento de Cristo, os fiéis cristãos serão trasladados, arrebatados para o Céu. Por que exatamente sete anos? Porque uma das colunas dessa teoria é que a última das setenta semanas proféticas de Daniel 9:24 ainda está no futuro.
As
raízes
As origens da teoria
do arrebatamento secreto podem ser traçadas a partir do tempo da Contra-Reforma.
Os reformadores protestantes no século 16 identificaram o papado como o
anticristo da profecia.[2] Muitos
eruditos jesuítas assumiram a tarefa de defender o papado contra esse ataque. O
cardeal Robert Bellarmina (1542-1621), diretor do Colégio Jesuíta em Roma,
buscou invalidar o princípio “dia-ano” da profecia como prova dos 1.260 anos de
supremacia papal.[3]
O jesuíta espanhol
Francisco Ribera (1537-1591) projetou a profecia do anticristo no futuro
(futurismo), e outro espanhol, Luiz de Alcazar (1554-1613), defendeu que essas
profecias já tinham se cumprido no tempo do Império Romano
(preterismo).
O preterismo de
Alcazar logo foi adotado pelo calvinista Hugo Grotius (1583-1645) na Holanda, e
tornou-se o método favorito para interpretação da profecia bíblica entre os
teólogos liberais.
Ribera aplicou as
profecias do anticristo ao futuro anticristo pessoal que apareceria no tempo do
fim e continuaria no poder por três anos e meio.[4] Por quase três séculos, o futurismo foi
largamente confinado à Igreja Católica Romana, até que, em 1826, Samuel R.
Maitland (1792-1866) bibliotecário do arcebispo de Canterbury, publicou um
panfleto de 72 páginas [5] no qual
promoveu a idéia de Ribera de um futuro anticristo. Logo outros clérigos
protestantes adotaram a idéia e começaram a propagá-la amplamente. Entre eles
estava John Henry Newman, líder do movimento Oxford, que depois tornou-se
cardeal católico romano, e Edward Irving, famoso ministro presbiteriano
escocês.
Dispensacionalismo
O futurismo de Ribera
estabeleceu o fundamento para o dispensacionalismo, o qual ensina que Deus tem
negociado diferentemente com a humanidade durante diferentes eras da história
bíblica. John Nelson Darby (1800-1882) é usualmente considerado o pai do
dispensacionalismo. Ele foi um advogado e pastor anglicano que, em 1821,
desiludido com a frouxidão espiritual da Igreja, juntou-se a outro grupo
religioso chamado Movimento dos Irmãos. Darby possuía uma mente brilhante. Não
somente pregava fluentemente em francês e alemão, mas também traduziu o Novo
Testamento para o alemão, francês e inglês. Foi autor de mais de 50 livros e, em
1848, tornou-se o líder do movimento.
Darby desenvolveu uma
elaborada filosofia da História na qual ele a dividiu em oito eras ou
dispensações, “cada uma das quais contendo uma ordem diferente pela qual Deus
operou Seu plano redentivo”.[6] Além
disso, Darby afirmava que a vinda de Cristo poderia ocorrer em dois estágios. O
primeiro, um invisível “arrebatamento secreto” dos verdadeiros crentes fecharia
o grande “parêntesis” ou a era da Igreja que começou quando os judeus rejeitaram
a Cristo. Em seguida ao arrebatamento, as profecias do Antigo Testamento
concernentes a Israel seriam literalmente cumpridas,[7] levando à grande tribulação que terminaria
na segunda vinda de Cristo em glória. Nesse tempo, o Senhor estabeleceria um
reino literal de mil anos sobre a Terra, tendo Israel como centro.
A visão escatológica
de Darby figurou proeminentemente no fundamentalismo americano nos anos 20,
quando cristãos conservadores defenderam o cristianismo protestante contra os
desafios do darwinismo e da teologia liberal. Hoje, a maioria dos cristãos
evangélicos aceita as principais colunas da escatologia de Darby.
O conceito de um
arrebatamento antes do período da tribulação final, na verdade, não foi invenção
de Darby. “Peter Jurieu em seu livro Approaching Deliverance of the
Church (1687) ensinou que Cristo poderia vir para arrebatar os santos e
retornar ao Céu antes do Armagedom. Ele falou de um arrebatamento secreto antes
da Sua vinda em glória e o julgamento do Armagedom. O Comentário do Novo
Testamento de Philip Doderidge e o Comentário, também sobre o Novo Testamento,
de John Gill, usaram o termo “rapto” e a ele se referiram como iminente. É claro
que esses homens criam que esse acontecimento precederia a descida de Cristo à
Terra e o tempo do julgamento. O propósito era preparar crentes do tempo do
julgamento.”[8]
A doutrina do
arrebatamento foi disseminada ao redor do mundo, primariamente através do
Movimento dos Irmãos e da Bíblia de Referência de Scofield. No século 20, foi
ensinada em escolas como o Instituto Moody e no Seminário Teológico de
Dallas. O Futuro do Grande Planeta Terra, de Hal Lindsey, e muitos
outros livros propagaram a teoria do arrebatamento secreto.
Investigando a
teoria
A teoria do
arrebatamento secreto está fundamentada em numerosas hipóteses. Devido às
limitações de espaço, podemos investigar brevemente apenas duas delas: 1) que a
septuagésima das setenta semanas proféticas de Daniel 9:24-27 ainda está no
futuro; e 2) que a Igreja não passará pela grande tribulação.
1. A septuagésima
semana de Daniel 9:27
Embora a idéia de que
a septuagésima semana de Daniel esteja ainda no futuro tenha aparecido primeiro
nos escritos de Irineu (séc. 2 a.D.),[9] ela não desempenhou um papel significativo
na teologia cristã até tornar-se uma coluna fundamental do dispensacionalismo no
século 19. De acordo com essa visão, a 69ª semana termina com a entrada
triunfal; e a 70ª “está separada das outras 69 por um período indefinido de
tempo”.[10] Por qual razão? Porque a era
da Igreja é vista como um parêntesis no plano de Deus, isto é, o relógio
profético parou no domingo da Páscoa e voltará a bater depois do arrebatamento,
quando Deus assumir a condução dos negócios com Israel no futuro.
Entretanto, não há
razão lógica ou exegética para separar a 70ª semana das outras 69 semanas. Não
existe nenhuma outra profecia de tempo nas Escrituras que tenha tal vácuo.[11]
O assunto nos versos
26 e 27 de Daniel 9 é o Messias, não o anticristo. De acordo com o verso padrão
em Dan. 9:25 e 26, o príncipe da frase “o povo de um príncipe” pode também se
referir a Jesus.[12] Mas embora o
príncipe, no verso 26, se refira a Tito (como tipo do anticristo) e não ao
Messias, ele não é o assunto do verso 27 porque, gramaticalmente, está em uma
posição subordinada a “o povo”. É o povo que destrói o santuário e a cidade; não
o príncipe. O “ele” do verso 27 deve reportar ao Messias no início do verso 26.
Em Dan. 9:27, nós lemos que “Ele fará firme aliança com muitos”.
A expressão hebraica
“cortar uma aliança” não é usada nesse texto. Ao contrário, o Messias, diz o
texto, fortalecerá ou fará o concerto prevalecer. A referência não é a um novo
concerto, mas a um concerto já feito. Se fosse o anticristo o autor dessa
aliança com muitos, o profeta deveria ter usado a linguagem apropriada, ou seja,
“mudar a aliança”.
Ao contrário da
teoria dispensacionalista, a 70ª semana apresenta os pontos altos do ministério
do Salvador.[13] Durante a primeira
metade da semana, Ele fortaleceu ou confirmou o concerto através de Seus
ensinamentos. Um exemplo disso é o sermão da Montanha, onde Jesus tomou uma
seleção dos Dez Mandamentos aprofundando e fortalecendo o seu significado.
Então, no meio da semana, Ele levou ao fim o significado teológico do papel dos
sacrifícios, ao entregar-Se para a salvação da raça humana. Dessa forma, o
concerto eterno foi confirmado e ratificado pela morte de Jesus
Cristo.
2. A Igreja e a
grande tribulação
De acordo com o
dispensacionalismo, a tribulação depois do arrebatamento da Igreja durará sete
anos. Seu propósito é “levar à conversão uma multidão de judeus”[14] que experimentarão o cumprimento da
aliança de Israel. A base apresentada para apoiar esse conceito são as passagens
de I Tes. 1:10; 5:9; Rom. 5:9; Apo. 3:10.
Cuidadosa exegese dos
textos nas cartas aos romanos e aos tessalonicenses indica que “a ira vindoura”
refere-se à ira de Deus que destruirá o ímpio por ocasião da segunda vinda [15] conforme indicado em II Tes. 1:7-10.
Trata-se, portanto, da manifestação da ira de Deus no juízo final, não da
tribulação precedente à vinda de Jesus. Paulo fala de esperarmos “dos Céus o Seu
Filho, a quem Ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira
vindoura” (I Tes. 1:10). É o segundo advento de Jesus, em cuja ocasião o
arrebatamento terá lugar, que nos liberta da ira vindoura. Conseqüentemente,
essa ira não pode vir antes do segundo advento.
A “hora da provação
[peirasmos]” em Apo. 3:10 poderia se referir à grande tribulação, mas o
texto não diz que o povo de Deus não a experimentará. A frase “Eu te guardarei”
origina-se de duas palavras
gregas: téréo eek. Téréo tem o significado de
“velar”, “guardar”, “preservar”; [16] e
a preposição ek significa basicamente “de”,17 referindo-se à vinda de
alguma coisa ou de alguém. Outra preposição grega–apo–expressa a idéia
de separação, “longe de”.[18]
Em Sua oração
sacerdotal, Jesus diz: “Não peço que os tires do [ek] mundo, e sim que
os guardes [téréo] do [ek] mal” (João 17:15). Ao orar para que
os discípulos fossem guardados do mal, Jesus não estava dizendo que Satanás não
poderia tentá-los. Simplesmente pede que o Pai guarde os discípulos em
segurança, vele sobre eles, impeça que o inimigo tenha vitória sobre
eles.
Semelhantemente, em
II Ped. 2:9, o apóstolo escreve: “É porque o Senhor sabe livrar da [ek]
provação [peirasmos] os piedosos....” O apóstolo não está dizendo que o
povo de Deus estará longe [apo] da tentação, mas que Ele os livrará
dela [ek] em meio ao processo de ser tentado. Da mesma forma, o
apóstolo João em Apo. 3:10 não está dizendo que os crentes serão conservados
longe da [apo] hora da provação, mas que eles estarão protegidos
durante esse tempo.
Dessa maneira, nenhum
dos textos usados para apoiar a idéia de que a Igreja não passará pela grande
tribulação está realmente dizendo isso. Na verdade, as Escrituras ensinam
claramente que os santos de Deus passarão pela grande tribulação (Mat. 24:9;
Mar. 13:11; Luc. 21:12-19; Apo. 13:14-17).[19]
Tribulação e
livramento
A teoria do
arrebatamento secreto, de origem recente, tem capturado a imaginação de milhões
de cristãos sinceros. Seu ensinamento central – que o cumprimento da 70ª semana
profética de Daniel está ainda no futuro – é baseado em pressuposições
extrabíblicas. Semelhantemente, o ensinamento de que a Igreja não experimentará
a grande tribulação poupa os seres humanos do temor e do sofrimento, mas é
contrário ao que diz a Bíblia.
De acordo com as
Escrituras, a Igreja passará pela grande tribulação, mas será liberta através do
arrebatamento, por ocasião da segunda vinda de Jesus.
Referências
1. Tyndale House
Publishers, Wheaton, Illinois.
2. Martinho Lutero, por exemplo, disse: “Eu creio que o papa é o demônio
mascarado e encarnado, porque ele é o anticristo”. Sämtliche Schriften, S.Louis: Concordia Pub. House, 1887, vol. 23, pág. 845.
3. L. R. Conradi, The Impelling Force of Prophetic Truth, Londres: Thynne and B. Co., Ltd., 1935, pág. 346.
4. Ibidem, vol. 2, págs. 489 a 493.
5. An Enquiry Into the Grounds on Which the prophetic Period of Daniel and St. John has been supposed to Consist of 1260 Years, 2ª ed., Londres, 1837, pág. 2.
6. Walter A. Elwell, Evangelical Dictionary of Theology, Grand Rapids: Baker Book House, 1984, pág. 292.
7. Essa visão ignora completamente a natureza condicional de muitas profecias do Antigo Testamento (Deut. 28:1 e 15; Jer. 4:1; 18:7-10).
8. Mal Couch (editor), Dictionary of Premillennial Theology: A Practical Guide to the People, Viewpoints and History of Prophetic Studies, Grand Rapids: Kregel Publications, 1996, pág. 346.
9. Irineu, Against Heresies 5.25.3, vol. 1, pág. 554.
10. J. Dwight Pentecost, Things to Come, Grand Rapids: Zoondervan, 1958, pág. 247.
11. Nenhuma das supostas profecias com vácuos, enumeradas por Pentecost, são tempos proféticos. Todas elas estão baseadas na idéia de que as profecias do Antigo Testamento concernentes a Israel deverão ser cumpridas literalmente no futuro.
12. W. H. Shea, Daniel 7-12, Nampa, Idaho: Pacific Press Pub. Association, 1996, págs. 75 e 76.
13. No pensamento dispensacionalista, a morte de Cristo não ocorre dentro das 70 semanas. “A extinção do Messias tem lugar apenas uns poucos dias após terminada a 69ª semana” (J. Dwight Pentecost, Op. Cit., pág. 248), e cerca ]de dois mil anos antes do início da 70ª semana, algum dia no futuro.
14. Ibidem, pág. 237.
15. John Stott, Romans, Downers Grove, Ill.: InterVarsity Press, 1994, pág. 146; Charles Wanamaker, Commentary on 1 & 2 Thessalonians, Grand Rapids, MI.: Wm. B. Eerdmans Pub., 1990, pág. 88.
16. W. F. Arndt, e F. W. Gingrich, “Téréo”, A Greek-English Lexicon, Chicago: University of Chicago Press, 1979.
17. Ibidem, “Ek”.
18. Ibidem, “Apo”.
19. Dizer que esses textos se referem ao remanescente judeu e não à igreja (J. Pentecost, Op; Cit., págs. 278 e 238) é argumentar com base na hipótese de que Deus cumprirá literalmente Suas profecias relacionadas a Israel.
2. Martinho Lutero, por exemplo, disse: “Eu creio que o papa é o demônio
mascarado e encarnado, porque ele é o anticristo”. Sämtliche Schriften, S.Louis: Concordia Pub. House, 1887, vol. 23, pág. 845.
3. L. R. Conradi, The Impelling Force of Prophetic Truth, Londres: Thynne and B. Co., Ltd., 1935, pág. 346.
4. Ibidem, vol. 2, págs. 489 a 493.
5. An Enquiry Into the Grounds on Which the prophetic Period of Daniel and St. John has been supposed to Consist of 1260 Years, 2ª ed., Londres, 1837, pág. 2.
6. Walter A. Elwell, Evangelical Dictionary of Theology, Grand Rapids: Baker Book House, 1984, pág. 292.
7. Essa visão ignora completamente a natureza condicional de muitas profecias do Antigo Testamento (Deut. 28:1 e 15; Jer. 4:1; 18:7-10).
8. Mal Couch (editor), Dictionary of Premillennial Theology: A Practical Guide to the People, Viewpoints and History of Prophetic Studies, Grand Rapids: Kregel Publications, 1996, pág. 346.
9. Irineu, Against Heresies 5.25.3, vol. 1, pág. 554.
10. J. Dwight Pentecost, Things to Come, Grand Rapids: Zoondervan, 1958, pág. 247.
11. Nenhuma das supostas profecias com vácuos, enumeradas por Pentecost, são tempos proféticos. Todas elas estão baseadas na idéia de que as profecias do Antigo Testamento concernentes a Israel deverão ser cumpridas literalmente no futuro.
12. W. H. Shea, Daniel 7-12, Nampa, Idaho: Pacific Press Pub. Association, 1996, págs. 75 e 76.
13. No pensamento dispensacionalista, a morte de Cristo não ocorre dentro das 70 semanas. “A extinção do Messias tem lugar apenas uns poucos dias após terminada a 69ª semana” (J. Dwight Pentecost, Op. Cit., pág. 248), e cerca ]de dois mil anos antes do início da 70ª semana, algum dia no futuro.
14. Ibidem, pág. 237.
15. John Stott, Romans, Downers Grove, Ill.: InterVarsity Press, 1994, pág. 146; Charles Wanamaker, Commentary on 1 & 2 Thessalonians, Grand Rapids, MI.: Wm. B. Eerdmans Pub., 1990, pág. 88.
16. W. F. Arndt, e F. W. Gingrich, “Téréo”, A Greek-English Lexicon, Chicago: University of Chicago Press, 1979.
17. Ibidem, “Ek”.
18. Ibidem, “Apo”.
19. Dizer que esses textos se referem ao remanescente judeu e não à igreja (J. Pentecost, Op; Cit., págs. 278 e 238) é argumentar com base na hipótese de que Deus cumprirá literalmente Suas profecias relacionadas a Israel.
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